Ouvi hoje o episódio Michael Jackson’s Ghosts with James III no podcast The Kingcast e lembrei do quanto o público em geral (não-fãs-absolutos de Michael Jackson) desconhece ou não compreende a importância do filme curta-metragem mais complexo elaborado por ele durante toda a carreira. Resolvi publicar uma breve resenha sobre Ghosts.
Título original: Ghosts (1996)
SINOPSE
Moradores de uma pacata cidade americana marcham até a mansão onde vive o misterioso ‘maestro’ determinados a expulsarem-no do local por acreditarem que ele é “estranho e uma aberração”. Diante disso, o maestro propõe uma ‘competição de sustos’, na qual quem se assustar mais deve deixar a cidade.
SOBRE A OBRA
Na época em que o curta-metragem foi filmado, Michael Jackson tinha criado algumas músicas para a trilha sonora de A Família Addams 2. Por algum motivo as faixas não foram utilizadas no filme, então o material foi aproveitado para o curta Ghosts. As canções resultantes são Ghosts e Is It Scary. As faixas também aparecem no álbum remix de 1997 Blood On The Dance Floor: HIStory In The Mix. Além dessas, Michael também incluiu em Ghosts a faixa 2 Bad, do álbum anterior HIStory.
Ghosts tem o roteiro assinado por Stephen King junto com Michael, mas a participação de King parece mínima, sendo que a história não tem nenhum elemento realmente macabro ou assustador. A direção é de Stan Winston, especialista em efeitos especiais conhecido por O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final e inúmeros outros clássicos.
Como curta-metragem, Ghosts tem pouco mérito. Simplesmente não há conteúdo suficiente para assistir e lembrar de algum tema ou história. Todo o valor do filme está nos efeitos especiais e na coreografia.
Michael Jackson tem seis papéis diferentes, está no auge da sua forma física e entrega aos fãs provavelmente as melhores coreografias sincronizadas de toda sua videografia. É claramente um produto feito para os fãs, que àquela altura não viam Michael dançar sincronizado desde Remember the Time em 1992.
SOBRE A EDIÇÃO
Ghosts foi veiculado nos cinemas e na TV apenas nos Estados Unidos. No Brasil, o filme foi lançado em meados de 1998 numa caixa de colecionador contendo um VHS, dois CDs e o programa impresso utilizado na estreia do curta no festival de Cannes.
O VHS e o CD de Blood On The Dance Floor são de fabricação nacional e o Minimax CD de On The Line, o programa impresso e a caixa da coleção são importados.
A coleção foi lançada inicialmente por preços exorbitantes. Consegui na época uma cópia usada pelo Mercado Livre depois de alguns meses. Como não houve divulgação alguma, o produto não vendeu e ao final de 1998 lembro de ter comprado uma unidade lacrada por R$9,90 no Extra Hipermercado. Pelo menos vendi minha primeira cópia usada e recuperei o dinheiro.
Mas o triste é que, por causa do jeito que o filme foi lançado, até hoje muito pouca gente conhece Ghosts. Quando a coleção foi lançada, já estava todo mundo mudando para DVD e pouca gente ainda tinha vídeo-cassete em casa. O curta não passou na TV, as músicas não tocaram no rádio e o YouTube ainda não existia.
Mesmo depois que boa parte da videografia de Michael foi lançada em DVD, Ghosts nunca mais foi comercializado. Mais incompreensível ainda é o fato de que até hoje, 25 anos após seu lançamento, Ghosts está oficialmente disponível apenas em resolução SD (a mesma do VHS).
Assista gratuitamente no Vimeo:
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